Neurodesenvolvimento

Neurodesenvolvimento

Por:Circuito PSI
Novidades

02

set 2019

O CircuitoPSI vem acompanhando as várias mudanças do mundo moderno e atentos ao circundante às TELAS X DESENVOLVIMENTO infantojuvenil. O primeiro post neste site, INFÂNCIA E TELEVISÃO, analisa a influência da televisão (e demais aparelhos eletrônicos) nos aprendizados e consequentes condutas infantis. Posteriormente, no texto O USO ‘PROBLEMÁTICO’ DA INTERNET, demos seguimento às discussões tentando pensar sobre os excessos dos internautas modernos. Hoje, mais do que nunca, continua sendo pertinente avaliar os benefícios e malefícios das telas para a infância e adolescência.

Fazendo um link com o vídeo abaixo, postado em nosso Canal CircuitoPSI, apresentaremos tópicos de acordo com as perguntas listadas:

Qual é a influência das telas no neurodesenvolvimento infantojuvenil?

Quando falamos de neurodesenvolvimento estamos tratando de motricidade, de competências sensoriais, de comunicação, de linguagem, de comportamento, de habilidades cognitivas, de emoções, e outras ações do sistema nervoso. Essas ações, voluntárias ou involuntárias, estão sendo estimuladas quando simplesmente clicamos o teclado ou deslizamos os dedos sobre um dispositivo eletrônico. Então: qual é a influência das telas nos aprendizados e estimulação do sistema nervoso?

Atualmente, ainda, não existem bases científicas confiáveis que compreendam até que ponto as telas são saudáveis e/ou nocivas para o neurodesenvolvimento. No entanto, é nítido as mudanças comportamentais nas crianças e adolescentes que possuem o hábito de ficarem várias horas por dia consumindo eletrônicos. Considerando os dados clínicos dessas alterações ao que temos são orientações sobre o assunto.  Em destaque a Sociedade Brasileira de Pediatria, através do Manual de Orientação: Saúde de Criança e Adolescentes na Era Digital (2016), registra que o uso precoce e de longa duração de jogos online, redes sociais ou diversos aplicativos com filmes e vídeos na Internet pode causar dificuldades de socialização e conexão com outras pessoas e dificuldades escolares; a dependência ou o uso problemático e interativo das mídias causa problemas mentais, aumento da ansiedade, violência, cyberbullying, transtornos de sono e alimentação, sedentarismo, problemas auditivos por uso de headphones, problemas visuais, problemas posturais e lesões de esforço repetitivo (LER); problemas que envolvem a sexualidade, como maior vulnerabilidade ao grooming e sexting, incluindo pornografia, acesso facilitado às redes de pedofilia e exploração sexual online; compra e uso de drogas, pensamentos ou gestos de autoagressão e suicídio; além das “brincadeiras” ou “desafios” online que podem ocasionar consequências graves e até o coma por anóxia cerebral ou morte.

 

Você sabe o que é Transtorno de Déficit da Natureza?

O Transtorno de Déficit de Natureza (TDN) relaciona-se com os processos de urbanização e dos avanços tecnológicos modernos. Esses processos contribuem, atualmente, para a restrição social e para um padrão de vida sedentário.

Richard Louv (nascido em 1949), autor e jornalista, criou o termo para descrever possíveis consequências negativas à saúde individual e ao tecido social, à medida que as crianças se deslocam para dentro de casa e afastam-se do contato físico com o mundo natural.

O que observamos é que nossas crianças e adolescentes gastam cada vez mais horas no celular ou tablet’s perdendo tempo de qualidade em outras atividades que envolvam a natureza.

Desta forma, o Transtorno de Déficit de Natureza se manifesta pela desconexão permanente com a natureza, o que, hoje, acontece com a maioria dos habitantes dos grandes centros urbanos.

Alguns dos sintomas do TDN são: deficiência de Vitamina D, ansiedade, irritabilidade, depressão, dificuldade de concentração, obesidade infantil, sedentarismo, dentre outros.

O contato direto com os ambientes naturais e naturalizados aumenta o nível de bem-estar físico, psicológico e social. É preciso resgatar esta conexão real, desconectando do virtual. “Equilibrar as horas de jogos online com atividades esportivas, brincadeiras, exercícios ao ar livre ou em contato direto com a natureza”; SOCIEDADE BRASILEIRA DE PEDIATRIA (SBP).

 

Quais as consequências do consumo passivo frente as telas?

O consumo da tecnologia através das telas eletrônicas deve ser monitorado pelos responsáveis de maneira contínua. “Desencorajar, evitar e até proibir a exposição passiva em frente às telas digitais, com exposição aos conteúdos inapropriados de filmes e vídeos, para crianças com menos de 2 anos, principalmente, durante as horas das refeições ou 1-2 h antes de dormir”; SOCIEDADE BRASILEIRA DE PEDIATRIA (SBP). As consequências do consumo passivo frente as telas estão associadas aos processos de aprendizagem e ao desenvolvimento de habilidades para o mundo real. A criatividade, por exemplo, pode ser um ponto deficitário quando analisamos o hábito de crianças e adolescentes que são consumidores passivo da tecnologia mediada pelas telas.

 

Telas x Interação: Já ouviu falar de Autismo Virtual?

Várias crianças, geralmente na faixa etária de 0 a 04 anos, que passam muito tempo em frente a uma tela (de TV, videogames, tablet’s, computadores) têm ‘sintomas do autismo’: atraso ou distúrbio da fala, dificuldade de aprendizagem, falta de atenção ou intenso interesse em um número limitado de coisas, indiferença às emoções alheias, andar constantemente na ponta dos pés, ansiedade, falta de empatia, sensibilidade ao som ou tique. Este fenômeno é chamado de “autismo virtual” ou autismo induzido por telas eletrônicas. Recentes estudos de casos clínicos já comprovam que quando retira-se as telas por alguns meses, os sintomas do “autismo virtual” desaparecem. Não se trata de um termo médico. Foi criado por um pesquisador romeno, Marius Teodor Zamfir, que indica o autismo desenvolvido pelo uso excessivo de telas. A pesquisa citada foi publicada em 2018 pela revista científica Journal of Romanian Literary Studies: O CONSUMO DE AMBIENTE VIRTUAL MAIS DE 4 HORAS/ DIA, EM CRIANÇAS DE 0 A 03 ANOS, PODE CAUSAR UMA SÍNDROME SIMILAR COM O TRANSTORNO DO ESPECTRO DO AUTISMO.

 

Hábito: Sua família possui espaços livres de telas?

O livre brincar deve ser encorajado de forma que os brinquedos e jogos não estruturados façam parte dos processos de aprendizagem/ educação. Sendo assim, não é a tecnologia (as telas) a vilã das privações de um desenvolvimento saudável da criança/ adolescente, e sim o hábito criado diante do uso da tecnologia. A SOCIEDADE BRASILEIRA DE PEDIATRIA (SBP), recomenda que o tempo de uso diário ou a duração total/dia do uso de tecnologia digital seja limitado e proporcional às idades e às etapas do desenvolvimento cerebral-mental-cognitivo-psicossocial das crianças e adolescentes:

 

*Crianças entre 0 a 10 anos não devem fazer uso de televisão ou computador nos seus próprios quartos;

*Restrições para todas as idades: durantes as refeições e hora de dormir;

*Adolescentes não devem ficar isolados nos seus quartos ou ultrapassar suas horas saudáveis de sono às noites (8-9 horas/noite/fases de crescimento e desenvolvimento cerebral e mental);

*Estimular atividade física diária por uma hora.

 

O uso noturno das telas prejudicam o sono?

Comprovado! A luz azul da tela dos aparelhos acarretam desajustes no relógio biológico. Durante o dia, os comprimentos de onda deste tipo de iluminação pode estimular a atenção, o tempo de resposta e até o humor; no entanto, os efeitos são danosos à noite. Estudos indicam que a exposição à luz do celular à noite prejudica o sono porque o tipo de iluminação da tela do dispositivo corta a secreção de melatonina, o hormônio do sono. Mesmo com o ‘filtro de luz azul’ ativo, o consumo de informação proporciona estimulação suficiente para causar alterações que afetam a qualidade e a quantidade do sono.

 

Você incentiva (em seus filhos) conexões saudáveis?

Desconectar para dialogar! Desconectar para trocar! Desconectar para tocar, acariciar. Muitas vezes quando perguntamos aos pais o que tem sido proporcionado (ao menos nos finais de semana) de lazer com os filhos as respostas são surpreendentes. As telas são oferecidas como ‘calmantes’ ou como ‘descanso’. É preciso pensar o que tem sido ofertado como estimulo para um desenvolvimento saudável, também, sem o uso da tecnologia. Conecte-se ao seu filho (a)!

 

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