O uso ‘problemático’ da internet

Por:Circuito PSI
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14

abr 2018

A internet possui inegável relevância para comunicação, dispensando a apresentação de suas funcionalidades. Por estar presente na rotina diária em todas as faixas etárias, independentemente do nível educacional ou do estado socioeconômico, o número de acesso à internet atualmente é colossal.

Neste interim, o uso epidemiológico da internet tem tangenciado, cada vez mais, queixas nos consultórios de saúde que apontam o uso da internet como problemático, sendo assim, significativamente prejudicial à vida sociofamiliar. Isso se deve a questões associadas ao isolamento social, falta de interação relacional e dificuldades no rendimento escolar/ profissional. Questões ligadas a obesidade, o aumento de agressividade decorrente de uso de jogos eletrônicos violentos, desencadeamento de crises convulsivas em indivíduos fotossensíveis, dores osteomusculares devido aos movimentos repetitivos, distúrbios do sono, comportamentos dissimulados, hostilidade, fobia social, depressão, ansiedade e outras preocupações somam-se aos relatos clínicos.

Na psicologia recebemos pacientes que afirmam uso abusivo da internet assim como dependência da mesma. Ainda não podemos dizer de alguma síndrome clinicamente identificável ou confiável para comprovação dessa dependência por falta de critérios diagnósticos. No entanto, pesquisadores já relacionam que pacientes que assumem a dependência da internet apresentam característico quadro de distúrbio de controle da impulsividade.

Os usuários assíduos, de maneira geral, relatam uso médio da internet durante 10 horas por dia, durante a semana. E nos finais de semana aumentam o uso para 14 horas. Resultando em 78 horas de consumo de internet (por semana) sem um propósito específico.

Na época atual, não podemos descartar que os eletrônicos podem ser potencializadores de aprendizados, desenvolvimento de habilidades cognitivas e motoras, de capacidade de orientação espacial e da facilitação da socialização (online). Entretanto, considerando que pesquisas também não são conclusivas quanto as vantagens do uso dos eletrônicos, a prática ambulatorial nos leva a pesar sempre os bônus e os ônus diante dos excessos experenciados por indivíduos que passam muito tempo do dia mediados pela internet.

Nesta balança é válido avaliar o tempo de envolvimento com a internet x atividades importantes e necessárias, como: estudar, conviver com amigos e família, praticar esportes, dormir, comer, etc. Geralmente, o tempo dispensado com os eletrônicos substitui e negligencia as atividades sociais presenciais.

No futuro breve, teremos elementos suficientes para avaliarmos os efeitos dos excessos dos internautas modernos. Até lá, precisamos entender se o uso da internet tem sido problemático contribuindo para o surgimento de sintomas nomeados como ‘sintomas de alívio’ que, na verdade, podem ser graves deletérios à saúde.


Artigo científico para consulta:

ABREU, C.N (Cols). Dependência de Internet e de jogos eletrônicos: uma revisão. In: Revista brasileira de Psiquiatria, vol. 30 n. 2, São Paulo, Junho 2008.

Disponível em: http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1516-44462008000200014

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