COMUNICAR OU NÃO COMUNICAR: EIS A QUESTÃO

Por:Circuito PSI
Novidades

13

mar 2017

Autora: Cynthia Mara

Apesar de vivermos em uma época que impera a era digital com suas variações na forma de se comunicar, percebe-se na clinica a queixa e as consequências de uma comunicação não satisfatória.

A Teoria da Comunicação nos traz que é impossível não comunicar-se, uma vez que na interação há sempre comportamento e comportamento é comunicação. Logo, tudo possui valor de mensagem: o silêncio, um gesto ou uma reação corporal.

Podemos distinguir a comunicação entre funcional e disfuncional. A primeira tem a capacidade de aproximar, na qual é possível o diálogo. Já a segunda afasta os parceiros, criando incompreensão e sentimentos negativos.

Na prática clinica percebe-se a não leitura ou uma visão distorcida da comunicação, principalmente na Terapia de Casal. Apresentam-se como pessoas cansadas e desestimuladas a qualquer tipo de conversa. Aí prevalece a comunicação disfuncional. Como consequência temos relações desgastadas e cujo projeto de vida comum se perdeu em algum dos momentos em que não houve compreensão ou “escuta” do que se desejava, das perspectivas e expectativas.

Temos ainda um aspecto muito presente que se refere às relações abusivas. O âmbito familiar por suas características de privacidade faz com que este sistema seja cada vez mais complexo e conflituoso. Nele, ainda se torna mais difícil identificar quando uma comunicação é disfuncional, ou quando as palavras são ditas de forma agressiva ou controladora, o que em longo prazo deixa como marca o ressentimento e coloca a prova a competência de um ou outro membro. Nesses casos, não raro temos a presença de sintomas depressivos, baixa autoestima, insegurança e descrédito na capacidade de escolha e mudança.

Se a comunicação esta em tudo, se nos comunicamos de forma consciente ou inconsciente, se há o desejo de ser escutado e compreendido, como não comunicar? Como simplesmente deixar pra lá? É exatamente aí que entra a Terapia.

Não podemos minorar o sofrimento nem muito menos desconsiderar a história que esta por trás de uma comunicação que há tempos é insatisfatória e que na atualidade torna-se extremamente dolorosa e confusa.

Faz-se necessário a intervenção de um terceiro, de um profissional especializado, de um espaço de acolhimento que propiciará a fala, a comunicação sem receio, na busca por uma transformação. Para que a comunicação perdida retorne de forma funcional, na qual os parceiros possam falar e se ouvir, reformulando o contrato do casal e retomando o projeto comum, alinhando as expectativas e desejos de ambos.


ALARCÃO, Madalena. (Des) Equilíbrios familiares: uma visão sistêmica. Coimbra/ Portugal: Quarteto, 2000.

ROSENBERG, Marshall B. Comunicação não-violenta: técnicas para aprimorar relacionamentos pessoais e profissionais. São Paulo: Âgora, 2006.

WATZLAWICK, Paul. Pragmática da comunicação humana: um estudo dos padrões, patologias e paradoxos da interação. São Paulo: Cultrix, 2007.

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