Fibromialgia: dor psicológica?

Por:Circuito PSI
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14

fev 2017

Autora: Karla Cristiane M. de Castro Mariano.
A fibromialgia caracteriza-se, mais comumente, por sensibilidade físicoemocional e dores musculares generalizadas, no corpo todo. Na maioria dos casos, acompanhada por fadiga, e, alterações no sono, na memória e no humor.

Os pacientes fibromiálgicos costumam afirmar que ‘não há nenhum lugar do corpo que não doa’. Com as dores, relatam sintomas de cansaço, sono não revitalizador, falhas de memória, problemas de concentração, ansiedade, depressão, dores de cabeça, dormências, tontura e alterações intestinais.

Segundo a Comissão de Dor, Fibromialgia e Outras Síndromes Dolorosas de Partes Moles (2011), a fibromialgia, no Brasil, acomete cerca de 2% a 3% das pessoas. A incidência maior é em mulheres e, costuma surgir entre os 30 e 55 anos. Existem casos que fogem a regra do grupo etário.

A grande questão para esses pacientes é que, ainda, não existe uma causa orgânica definida da síndrome clínica, dificultando assim apontamentos para a cura. O diagnóstico se dá pela identificação dos pontos dolorosos. Ainda não existem exames laboratoriais complementares para evidenciar o quadro. Os exames laboratoriais habitualmente são normais ou não justificam as queixas dos pacientes.

É importante esclarecer que o agravo observado no quadro doloroso é real, e não psicológico. Por ser uma doença em que não existe uma lesão dos tecidos – não há inflamação ou degeneração, muitos duvidam dos sintomas relatados pelos pacientes.

Como a psicoterapia pode auxiliar no tratamento dos sintomas apresentados?

O tratamento divide-se em: farmacológico (com medicamentos) e não farmacológico. Nesta última categoria sugere-se a psicoterapia. Muitas das vezes, a fibromialgia está associada à depressão, a transtornos ansiosos ou a transtornos de humor sendo necessário o acompanhamento psicológico, agregado (ou não) ao uso de psicotrópicos.

A psicoterapia pode auxiliar o paciente na identificação dos possíveis eventos associados na composição da síndrome, principalmente nos eventos que antecedem os episódios de ‘crise’. Mesmo não sabendo a causa exata da fibromialgia, sabe-se que algumas situações provocam agravo das dores. O estado emocional é um fator de peso para o aumento ou amenização das dores.

As emoções podem contribuir para o aumento ou diminuição das dores. Isso se explica pelo funcionamento do aparelho psíquico. As substâncias químicas cerebrais conectam com as células nervosas, tendo os neurotransmissores um papel importante nos desconfortos de maiores ou menores intensidades.

O processo psicoterápico permitirá que o paciente mapeie os fatores que pré existem aos sintomas, pensando em estratégias para evitar os transtornos dolorosos. O que observa-se nos casos atendidos no consultório é que esses fatores mapeados são de ordem ambiental ou emocional; por exemplo: excesso de esforço físico, estresse, exposição ao frio e a umidade (mudanças climáticas), sono ruim, traumas físicos ou psicológicos (problemas com filhos, divórcios e outros), quadros virais, sedentarismo, ansiedade, dentre outros.

Sendo assim, mesmo não havendo cura para a fibromialgia, a terapia pode ajudar a entender e a controlar os sintomas desta síndrome.

 

Consulta bibliográfica:

Besset, V. L., Gaspard, J.-L., Doucet, C., Veras, M. A. S., Cohen, R. H. (2010). Um nome para a dor: fibromialgia. Revista Mal-Estar e Subjetividade, v. 10 (4),1245- 1269. Disponível em: http://www.unifor.br/index.php?option=com_content&view=article&id=2355&Ite mid=1021

Fibromialgia Cartilha para pacientes. Comissão de Dor, Fibromialgia e Outras Síndromes Dolorosas de Partes Moles (2011).

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