Os riscos psicossociais no trabalho constituem um dos principais desafios para a saúde ocupacional no século XXI. Esses riscos estão associados a condições de trabalho que afetam a saúde mental, emocional e social dos trabalhadores, podendo resultar em adoecimento, perda de produtividade e comprometimento do clima organizacional.
Nesse cenário, instrumentos como o COPSOQ (Copenhagen Psychosocial Questionnaire) têm sido amplamente adotados em nível internacional para a avaliação estruturada dos fatores psicossociais no ambiente laboral. Trata-se de um modelo cientificamente validado que abrange dimensões como exigências do trabalho, controle, apoio social, saúde mental e senso de significado (Kristensen et al., 2005).
Contudo, a versão completa do COPSOQ não é de livre acesso irrestrito — sua aplicação adequada exige capacitação técnica, interpretação responsável e articulação com ações organizacionais concretas. É nesse ponto que a consultoria especializada em segurança psicológica se torna uma aliada fundamental.
Desenvolvido pelo National Research Centre for the Working Environment (NFA), da Dinamarca, o COPSOQ propõe uma abordagem multidimensional para compreender o impacto do trabalho sobre os indivíduos, permitindo:
Diagnosticar fatores de risco e proteção;
Classificar níveis de risco (baixo, moderado, alto e crítico);
Oferecer subsídios para intervenções organizacionais com base em evidências.
Mais informações podem ser encontradas no site oficial do projeto:
🔗 https://www.copsoq-network.org
A produção de dados por si só não garante transformação organizacional. Por isso, a consultoria em segurança psicológica no trabalho é essencial para converter informações em estratégias consistentes. Seu papel pode ser compreendido em quatro grandes eixos:
Consultores especializados possuem formação para interpretar dados com base em teorias psicológicas, organizacionais e estatísticas. Isso evita análises rasas ou equivocadas, garantindo que os resultados reflitam a realidade psicossocial da organização.
A consultoria realiza não apenas a classificação numérica dos riscos, mas também a análise contextual, considerando cultura organizacional, práticas de liderança, estrutura hierárquica e fatores externos (como mudanças econômicas ou tecnológicas).
A partir dos achados, a consultoria elabora planos de ação personalizados e baseados em boas práticas internacionais, incluindo:
Redesenho de processos de trabalho;
Programas de promoção da saúde mental;
Treinamentos de liderança empática;
Adoção de políticas de escuta e apoio emocional.
Além do diagnóstico inicial, a consultoria contribui com o monitoramento constante das ações, mensuração de impacto e realinhamento das estratégias com foco em sustentabilidade emocional e produtividade saudável.
A avaliação de riscos psicossociais baseada no modelo COPSOQ é uma poderosa ferramenta diagnóstica, mas seu real valor emerge da atuação qualificada na interpretação e gestão dos dados produzidos. Consultorias especializadas em segurança psicológica potencializam esse processo, promovendo ambientes emocionalmente seguros, produtivos e humanizados.
Mais do que mitigar riscos, essa abordagem constrói culturas organizacionais saudáveis e sustentáveis, alinhadas com os desafios contemporâneos do mundo do trabalho.
Kristensen, T. S., Hannerz, H., Høgh, A., & Borg, V. (2005). The Copenhagen Psychosocial Questionnaire—a tool for the assessment and improvement of the psychosocial work environment. Scandinavian Journal of Work, Environment & Health, 31(6), 438–449. https://doi.org/10.5271/sjweh.948
COPSOQ Network. (2024). Copenhagen Psychosocial Questionnaire (COPSOQ). Recuperado de:
🔗 https://www.copsoq-network.org
Dejours, C. (1992). A loucura do trabalho: estudo de psicopatologia do trabalho. São Paulo: Cortez.
Organização Internacional do Trabalho (OIT). (2020). Diretrizes sobre fatores psicossociais no trabalho. Genebra: OIT. https://www.ilo.org
Murofuse, N. T., & Soares, M. I. (2005). Estresse e sofrimento psíquico no trabalho: contribuições da psicodinâmica do trabalho. Revista Latino-Americana de Enfermagem, 13(2), 255–261.