Por:Circuito PSI
Novidades
abr 2017
De maneira geral, os sinais mais comuns de uma criança com autismo são: agressividade, automutilação, choro, raiva, falta de contato visual, gritos repentinos, ansiedade, nervosismo, impulsividade, interação social debilitada, movimentos repetitivos, repetição de palavras sem sentido, atrasos na fala e na aprendizagem, desinteresse ou desatenção, depressão ou insensibilidade ao outro e distúrbios na fala.
E, segundo o Manual Diagnóstico e Estatístico de Transtornos Mentais (DSM V), considera-se também: quadros que apresentem ou não deficiência intelectual, comprometimento ou não da linguagem, associação com causa médica ou genética, fatores ambientais, associação a outros transtornos do desenvolvimento mental e comportamental.
Estes sinais são bastante comuns na primeira infância e podem aparecer próximos aos 03 anos de idade (embora isto não seja uma regra fechada).
É importante deixar claro que tais sintomas, combinados ou não, não indicam, necessariamente, que uma criança tenha o diagnostico de autismo. É preciso que se faça uma avaliação técnica e minuciosa, conduzida por profissionais qualificados, tais como médicos, psiquiatras, neurologistas, psicólogos ou psicanalistas.
O não tratamento de uma criança com autismo pode resultar num agravamento da doença e causar também limitações e graves prejuízos funcionais para o seu dia a dia.
Geralmente, o tratamento envolve: intervenções médicas, medicamentosas, psicológicas e psicoeducacionais; assim como orientação aos familiares e o desenvolvimento da linguagem e da comunicação.
Nos casos considerados mais graves, em que existam limitações bruscas, devem estar envolvidos profissionais das mais diversas especialidades (psiquiatras, neurologistas, psicólogos e psicanalistas, professores, terapeutas ocupacionais, fisioterapeutas e fonoaudiólogos).
Outro ponto importante a ser destacado é que não existe um medicamento especifico para o tratamento do autismo. Pelo contrário, os medicamentos utilizados servem para tratar as comorbidades neurológicas e/ou psiquiátricas que interferem diretamente no cotidiano (antipsicóticos e ansiolíticos).
A entrada de um medicamento precisa estar em consonância com a posição que a criança se faz ocupar dentro de seus sintomas e não necessariamente na apresentação de comportamentos estranhos.
Um lugar que pode ser bastante útil para a identificação dos traços autistas em uma criança é a escola, pois, muitas vezes, ela é a primeira oportunidade de contato desta com outras crianças da mesma idade, além do contato também fora do seu circulo familiar.
Em todo caso, voltamos a frisar que é preciso muito cuidado com as primeiras observações, feitas por familiares ou educadores, já que existem – nos dias de hoje –, uma busca frenética por diagnósticos e programas educacionais feitos por demanda. Uma avaliação precipitada pode resultar no agravamento de um quadro de alienação.
É prudente que tomemos sempre o diagnóstico de autismo como apenas algo provisório, pois, com o início de um tratamento adequado, provavelmente, seu quadro irá mudar.
Precisamos somar esforços para construir um caminho possível para o sujeito, respeitando os limites de atuação de cada profissional e tendo em vista a singularidade da criança. A medicina, a psicologia, a pedagogia e a família, assim como outros, devem se unir para fazer emergir na criança um sujeito único e singular. Para isto, é preciso tomar cuidado em não se fazer calar a criança (seja pelo medicamento, seja pelo tratamento inadequado). O mais importante é encorajá-la, ali onde ela se manifesta, e, a partir daí, escutá-la em sua singularidade.